Olho lá fora... Chove
Frio...
Escuro...
As folhas caem em câmera lenta
AS nervuras cristalinas aos meus olhos
Olhando para o papel poroso
Nada sai...
Olho para as minhas mãos
Elas estão frias sem calor
Ao lado apenas a fumegante xícara de café
E do outro, a bruxelante brasa do cigarro
Nada me recorda tempos atrás
Minha memória está manchada
Nublada...
A solidão procurou por mim em tempos melhores
E não me encontrou
Quando a felicidade foi arrancada...
Ela tomou o lugar dela com força
Disse que ia ficar
Agora o que me acompanha é esta melodia triste
As folhas que o vento leva embora
A brisa morna
E o calor do café pra esquentar minhas mãos
Há momentos...
Momentos em que ela se esquece de me acompanhar
Momentos entre o verde...
Mas há momentos em que ela se instala com verocidade
Neste momento eu choro...
Choro só. Com soluços mudos, abafados pelo travesseiro
Aqueles momentos em que você olha pra o escuro e deseja ver algo ali
Mesmo assim...
Sem promessas
Sem promessas de voltar e ela se vai...
Mas apenas volta, volta e me faz sentir só
Correndo atrás do coelho de Alice...
Sendo o mágico sem varinha...
Mas mesmo assim...
Acompanhada pela solidão
Eu poderia ser o coelho do seu chapéu?
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